A maior glória de Jesus Cristo

Por esta consagração, fielmente observada, dareis a Jesus Cristo mais glória em um mês, que por qualquer outra, embora mais difícil, em muitos anos. – Eis as razões:

1º Porque, fazendo vossas ações pela Santíssima Virgem, como esta consagração ensina, abandonais vossas próprias intenções e operações, ainda que boas e conhecidas, para vos perder, por assim dizer, nas da Santíssima Virgem, embora as desconheçais, e por aí entrais a participar da sublimidade de suas intenções, que foram tão puras, que ela deu mais glória a Deus, pela menor de suas ações, por exemplo, fiando na sua roca, dando um ponto de agulha, do que um São Lourenço estendido na grelha, por seu cruel martírio,  e mesmo que todos os santos por suas mais heroicas ações; pelo que, durante sua vida neste mundo, Ela conquistou tal soma inefável de graças e méritos que se contariam antes as estrelas do firmamento, as gotas d’água do mar e os grãos de areia das praias; e Ela deu mais glória a Deus que todos os anjos e santos reunidos e como eles jamais deram nem poderão dar. Oh prodígio de Maria! Vós só podeis realizar prodígios de graça nas almas que querem de boa mente abismar-se em Vós.

2º Porque uma alma, por esta consagração, considerando nada tudo o que pensa ou faz por si mesma, e pondo todo o seu apoio e complacência nas disposições de Maria, para aproximar-se de Jesus e até para falar-lhe, pratica mais humildade que as almas que agem por si mesmas, que se apoiam e comprazem nas próprias disposições. Consequentemente, ela glorifica mais altamente a Deus, que só é glorificado perfeitamente pelos humildes e pequenos de coração.

3º Porque a Santíssima Virgem, querendo, por uma grande caridade, receber em suas mãos virginais o presente de nossas ações, dá-lhes uma beleza e brilho admiráveis; Ela mesma as oferece a Jesus, e Nosso Senhor é assim mais glorificado que se nós lhas oferecêssemos por nossas mãos criminosas.

4º Enfim, porque nunca pensais em Maria, sem que Ela, em vosso lugar, pense em Deus. Nunca A louvais nem honrais, sem que Ela convosco louve e honre a Deus. Maria está toda em conexão com Deus, e com toda a propriedade poderíamos dizer que Ela é o eco de Deus. Santa Isabel louvou Maria e chamou-a bem-aventurada, porque Ela creu, e Maria, o eco fiel de Deus, entoou: “Magnificat anima mea Dominum – Minha alma glorifica o Senhor” (Lc 1, 46). O que fez nessa ocasião, Maria o faz todos os dias; quando a louvamos, amamos, honramos ou lhe damos algo, Deus é louvado, amado, honrado, e recebe por Maria e em Maria.

Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem

São Luis Maria Grignon de Montfort
Editora Retornarei Ltda.
2ª edição – 2016

 

Coordenação: João Sérgio Guimarães

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